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Você me intimidava, sua energia e audácia me intimidavam. A força da sua revolta interior eu não compreendia. Muito jovem, retraído, quase um solitário, me faltava a vivência necessária para entender o extraordinário desafio que presenciava.
Você poderia ser um atacante, um defensor, um armador. Magro e ágil você parecia bem alto. Pernas longas, raciocínio rápido, reflexos idem. Você poderia ser um goleador, mesmo que tivesse dificuldades de equilíbrio. Mas não, você escolheu ser goleiro. Que absurdo,
Um Goleiro Sem Braços
Eram os tempos idos dos anos sessenta. O local a quadra de concreto da Praça Olímpica de Teresópolis. Ficou perdida no tempo a data exata, mas sem dúvida em 1961 você estava lá. Meu último ano em Teresópolis. Não me lembro do seu nome ou o do seu time.
No lugar dos braços surgiam dois membros curvados em “V”. Partiam dos ombros, desciam talvez 30 centímetros e curvavam para cima outros 30. Não tinha dedos, mas me lembro bem de você assinando a súmula do jogo com a caneta encaixada no “V”.
Com certeza outros teresopolitanos, que na época frequentavam a Praça Olímpica, nos meios e fins de semana, se lembram da improvável, audaciosa e até agressiva figura. Não havia competição da televisão, o sinal era péssimo e poucos a tinham. Os 4 cinemas da Teresópolis de 30.000 habitantes eram a única alternativa.
O campeonato de futebol de salão e os jogos de hóquei sobre patins, enchiam as noites da Praça Olímpica. Eu também era goleiro por opção, ou auto punição. Me lembro bem daquelas primitivas bolas de couro branco, com uma pequena câmara de ar dentro, envolta em serragem de madeira para dar peso e evitar quicar. Era um projetil que parecia de pedra, difícil para deter.
Ardia nas mãos, doía onde mais atingisse. Mas você se atirava ao encontro dela, recebia no peito, no rosto, pernas, peito e onde mais acontecesse. E funcionava, você era respeitado como goleiro. Não tínhamos luvas disponíveis para goleiros. Mas não ajudaria em nada. Você
Não tinha mãos
O amor pelo esporte superando o mais absurdo impedimento, a agonia da impossibilidade de sonhar, a energia nascida da superação, da vitória momentânea que por um breve momento superava a consciência da limitação intransponível.
Me envergonho pelos lamentos e maldições que lancei aos ventos, nos momentos difíceis do grande futebol da existência, que a todos traz alegrias, lágrimas, vitórias e derrotas. Onde a diferença está na superação de nossos limites.
Está em podermos afirmar ao fim da jornada, que jogamos com o coração, enfrentamos sem fraquejar a dura caminhada. Tudo que nos resta são lembranças do que fizemos e deixamos de fazer, mas sobretudo, lembranças daqueles que em um momento qualquer de nossas vidas, nos iluminaram o caminho com um exemplo, com um gesto ou com a simples presença.
Não sei onde você está, se vivo ou não, mas quero lhe pedir perdão. Perdão por não ter tido a coragem para me aproximar de você. Perdão por todas as lamentações que lancei ao vento. Perdão por não ter percebido a benção de ser